terça-feira, 17 de agosto de 2010

Sidney Sheldon: o rei da descrição

Terminei ontem a leitura de um dos romances mais conhecidos no mundo todo: Se houver amanhã, de Sidney Sheldon. É simplesmente fantástico. Devo confessar que nunca fui muito ligada ao hábito da leitura, mas as histórias de Sheldon sempre me fascinaram.

Uma das capas do livro, que foi lançado em 1986.

A primeira vez que tive contato com os livros do autor foi quando a professora de Português, da 8ª série (salvo engano), prometeu alguns pontinhos extras pra quem tivesse a fichinha da biblioteca cheia. Admitamos que é uma maneira desesperada que a professora encontrou para estimular os alunos a lerem mais. Contudo, funcionou. Ao menos comigo.

Corrida pela herança foi o primeiro livro de Sheldon que li. Classificado como infanto-juvenil, é um livro cativante, simples, mas com uma história muito bem elaborada. Foi aí que aprendi o significado da palavra desjejum, bem como o uso de verbos conjugados no tempo pretérito mais que perfeito (aqueles com terminação -ara: falara, pensara, caíra...). Fiquei encantada com a história e na minha próxima visita à biblioteca da escola, escolhi O estrangulador, igualmente fascinante. Outra história que me lembro bem foi de O ditador.

Há alguns dias comprei um exemplar de O estrangulador, tamanha minha vontade de ler outra vez. As histórias que citei possuem enredos bem menores do que outros livros consagrados do autor (como Se houver amanhã, O outro lado da meia-noite e Nada dura para sempre).

O autor descreve tão bem as cenas e os personagens que não há como não mergulhar na história. E a imaginação vai longe. Quando Tracy ardia em febre, pude visualizar
seus olhos mortiços, sua pele branca e seu corpo minando suor, prestes a desfalecer. Sheldon faz uma reviravolta em nossa mente e nos faz montar um verdadeiro filme na cabeça.

Na verdade, Se houver amanhã (If tomorrow comes, em inglês) se tornou uma minissérie americana e fez sucesso na década de 80. Dê uma olhada em uma cena memorável do livro, em que Tracy Whitney e Jeff Stevens se unem para passar a perna em dois renomados jogadores de xadrez - um belo golpe executado a bordo de um navio que ia da América para a Europa:


(Não consegui fazer o upload do vídeo, então só linkei. O vídeo está com áudio em inglês e legendas numa língua que eu não sei qual é - deve ser russo, sei lá -, mas a cena em si já deixa claro o que Sheldon escreveu).

Arte da capa da minissérie.

É claro que filmes ou minisséries saídos de um livro não ficam tão bons quanto o próprio. Até porque eles acabam por desfigurar a imagem que você mesmo havia feito dos personagens e das cenas como um todo. O fato de Sheldon falar sobre os detalhes que você precisa saber já é suficiente para que todo o cenário seja criado pelo leitor.

Recomendo.

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