segunda-feira, 9 de abril de 2012

TCC, não te quero mais!

Uma vez me cadastrei num portal de interesse feminino, onde são reunidos os mais diversos assuntos do mundo cor-de-rosa. Lá eu postava alguns tópicos e hoje vou colar um aqui, só pra dar início ao assunto: Trabalho de Conclusão de Curso - o famigerado TCC.
"Passei o ano inteirinho com uma monografia para fazer, o chamado TCC (Trabalho de Conclusão de Curso). Quem já teve que fazer um vai se identificar com esse post.
Dentro da Biologia, me identifiquei mais com a área Ambiental. E a partir daí tirei meu tema, meu objeto de pesquisa.
De início, procurei uma professora que pudesse me orientar. Encontrei uma - a única no departamento que trabalha com o tema que escolhi. O primeiro contato foi só festa, uma empolgação só, mas logo percebi que ela é do tipo "tô nem aí pra você", o que me deixou com aquela pulguinha atrás da orelha. Tudo bem, isso não foi motivo pra preocupação.
O motivo pra me deixar biruta foi, de fato, ver que minhas colegas conseguiram entrar em projetos em andamento em suas respectivas áreas. E eu, quando perguntei para a orientadora sobre a existência de algum projeto que eu pudesse participar, a resposta foi negativa.
Pronto. Fiquei biruta. Aí tive que correr atrás de um tema, de alguma coisa que eu pudesse estudar. Tive umas ideias meio "sem noção", mas é pra isso que servem os professores orientadores: orientar!
Ficou, então, decidido o tema e o que eu deveria fazer pra iniciar a pesquisa. Mas aí o que me tirou o sono por longos dias foi ter que ler uma montanha de textos - artigos da internet, livros, dissertações, revistas... O duro é que ler tantas coisas sobre um mesmo assunto, mas que é abordado de formas diferentes, acaba dando um "tilt" na cabeça. Tive várias panes no meu sistema.
Uma delas foi tão intensa que eu estava perdendo minha memória recente. Não conseguia mais ler e compreender um texto. Eu lia várias vezes a mesma frase e, quando fazia um teste pra ver se conseguia me lembrar do que havia lido... ... ... É, isso aí. Branco total.
Tive que procurar um neurologista, que acabou me encaminhando pra um psicólogo. Uma psicóloga, aliás, amiga dele. Marquei a consulta, falei com ela por umas 2 horas (enquanto ela só balançava a cabeça afirmativamente e dizia "ahã"), e então ela resolveu falar: você precisa de terapia. E aí eu deveria pagar R$140,00 por cada sessão, uma ou duas vezes na semana. Ou seja, deveria desembolsar R$1120,00 por mês, por tempo indeterminado.
Aí eu tive que dar um jeito de deixar tudo isso pra lá. Afinal, um dos motivos de eu estar naquela situação era o fato de ser recém-formada e não ter um emprego. Ter uma mulher que só fala "ahã" pra mim enquanto arranca preciosos e suados reais da minha família não era minha intenção.
Nessa época, eu simplesmente parei de estudar. Parei com a monografia, parei de ler os intermináveis textos e não dei mais as caras na universidade. Eu havia desistido.
Até que, por Deus, toda aquela tristeza, confusão, descontentamento e falta de memória deu trégua e eu pude viver. Entrei na academia, na aula de música, aprendi a cozinhar, a lavar e passar roupa, comecei a fazer trufas para vender - e vendia pra caramba! Com o dinheiro, pagava a academia e me sentia bem. No mesmo período, consegui entrar numa pós-graduação. Eu estava realizada.
Mas a monografia estava ficando para trás. Eu precisava retomá-la, revisá-la, terminá-la. E os dias não esperam. Parei com a academia, parei com os bombons, e até com a música. Me tranquei no quarto e passei a me dedicar só a isso.
Agora estou correndo contra o tempo, contra minha gastrite, contra qualquer coisa que venha me dizer que não conseguirei. Não participei do concurso cultural do Vila, mas espero em breve conquistar uma das minhas maiores vitórias.
Quando isso acontecer - vai acontecer, eu sei que vai -, venho aqui contar como foi. Torçam por mim, meninas!".
De fato, eu estava desesperada. Mas essa história continua... Num próximo post. Até lá!

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