quarta-feira, 12 de maio de 2010

Eu e meu sonhado óculos de sol

Há uns dois meses, passando na frente de uma vitrine, vi alguns óculos da Ray-Ban e da Gucci em promoção. E sabe como mulher a-do-ra promoções, né? Parei, olhei, e acabei encontrando um óculos do jeitinho que eu queria. Marrom com detalhes em dourado. Lindo! Tudo bem que era paraguaizão, mas pouco me importava. Aliás, o precinho acessível foi o que mais chamou a atenção.

Mesmo assim, eu tava sem grana na hora, então deixei minha compra para o outro dia. No outro dia, não deu pra ir lá comprar. E assim se passaram alguns dias, e eu naquela angústia de adquirir logo aquele óculos. Ainda mais por ele estar na vitrine, todo mundo pode vê-lo. E se alguém comprar antes de mim? Acabei sonhando com isso tudo e eu comprei o almejado óculos no meu sonho. Quando acordei, pensei que naquele dia eu compraria meu sonho de consumo. De manhã mesmo corri até a loja e voilá. Ficou mega-super-power perfeito. E agora era meu! Saí da loja contente e satisfeita.

Aposentei meu óculos preto normalzinho e passei a usar o meu pequeno tesouro. Ano passado foi um sufoco monetário e isso me impediu de comprar um modelo que eu tanto queria. Cheguei a ver lojinhas de beira de rodoviária, na expectativa de ter um daqueles óculos de modelos europeias. Mas como sempre, a grana curtíssima - e muitas vezes contada pra pegar o busão de volta pra casa.

Há dois domingos fomos a um almoço de família. Fazia muito tempo que não nos juntávamos assim, e mesmo eu estando extremamente desanimada, quis estar presente. Fazia muito tempo também que eu não ia até aquela chácara. Cheguei de mãos abanando, mas com meus óculos no rosto. Deixei-o em cima da mesa, afinal, não queria correr o risco de vê-lo se espatifando no chão. Almoçamos. E aí já sabe: domingo é um dia danado de bom pra tirar uma sonequinha. Conversa vai, conversa vem, e o sono foi chegando. Ainda mais depois de um banquete daqueles - comi feito nortista que acabou de chegar em São Paulo. Minha irmã precisava estudar e também queria dormir um pouco. Resolvemos ir embora. Como eu sou muito cabeça-de-vento, esqueci a única coisa que eu havia levado pra lá. Quando chegamos em casa, avisei meu pai (que tinha ido nos levar pra casa) que meu óculos tinha ficado em cima da mesa e que era pra avisar a mãe. Frisei bem o recado e pedi pra que ele não esquecesse. Mas conhecendo meu pai, eu sabia que ele esqueceria. Por isso mesmo falei pra ele avisar a mãe, porque ela não esqueceria.

O óculos ficou lá, junto com as coisas do meu tio e do meu primo. Fiquei tranquila porque sabia que estava seguro ali. Mas acabou que os dias se passaram e eu não avisei minha tia que meu óculos tinha ficado lá. Mesmo assim, eu estava certa de que ele estava bem guardado.

Acontece que a irmã do meu tio estava passeando e estava alojada na casa deles. Nunca vi essa mulher na minha vida e se já vi, não me lembro. Ela é de Rondônia ou Roraima, sei lá, só sei que é de longe e só vem de vez em nunca pra cá. Minha tia havia juntado todas aquelas coisas de cima da mesa da chácara e levou pra casa dela. Até aí tudo bem, eu sabia que ela faria isso. Mas ninguém sabia de quem era o óculos misterioso.

Meu tio achou que era da irmã dele. E aí ele foi cheio da boa-vontade dizer a ela que havia esquecido seu óculos em cima da mesa. De certo ela não reconheceu um objeto pessoal dela e achou que era MESMO o óculos de sol dela, né? Ou então pode ser que ela estava com conjutivite e não enxergou direito, pobrezinha.

- Ah! É mesmo! Nossa, que cabeça a minha, né? - disse ela, toda fingida. Posso até imaginar a cara dela, mesmo que eu nunca a tenha visto.

E meu tio, todo inocente, achou que tinha finalmente achado a dona daquele óculos bonitão. No outro dia, a malandra foi embora e levou junto seu novo óculos de sol marrom com detalhes em dourado. Legal, né?

Depois, numa conversa de telefone sem esse intuito, minha mãe disse pra minha tia sobre o óculos (viu só? minha mãe não esquece!). Aí minha tia ficou pasma e contou a história pra minha mãe que, por sua vez, contou pra mim e me deixou pasma também. Bom, mas pelo que sei, minha tia vai ligar pra sua amada cunhada e descascar o abacaxi. Quero só ver no que vai dar. Enquanto isso, fico eu aqui me mordendo de raiva de gentinha como essa e por ter que ficar sem meu óculos tão sonhado.

GRR!

terça-feira, 11 de maio de 2010

A dura vida escolar de uma menina tímida

Minha primeira memória a respeito de uma paixão platônica por um menino é da 1ª série. O nome dele era Roberto (Betinho) e a única coisa que me lembro bem é de seu nome mesmo. De suas características físicas, só sei que tinha os cabelos pretos. Nessa época estudava numa escola municipal.

O que mais me lembro dessa escola é sua estrutura. Os pátios, os corredores escuros e sombrios e o refeitório enorme. Eu ia de uniforme, o clássico shortinho azul com camiseta branca. Meias até o tornozelo e tênis pretos - um chuchuzinho, não? E como eu gostava de me enfeitar, ia cheia de pulseirinhas, arquinhos e "xuxinhas" coloridas. Sem contar o batonzinho com formato de moranguinho e sabor idem. Para completar o visual, só mesmo uma maletinha amarela cheia de respingos coloridos por toda sua extensão. Eu a detestava.

O recreio era agitado e só me lembro de cantarolar as músicas da Xuxa e da Angélica enquanto carregava minha lancheira da Minnie. Tinha um moleque, o Anderson, que ficava me aporrinhando durante o intervalo. Me lembro muito bem de sair correndo atrás dele com a lancheira em mãos para dar-lhe umas lancheiradas da testa. Tinha também um tal de André, um pirralho feio pra burro e mais pentelho que o Anderson, que roubava meu precioso lanchinho. Devo ter fofocado pros meus pais, que tomaram iniciativas. Me recordo ainda do dia que eles foram até a escola pra conversar com a professora. Pouco tempo depois, estava eu em outra escola, agora estadual.

Passei de uma escola pra outra no meio do ano, então fui tida como uma intrusa na minha nova classe. Por motivos que eu não faço ideia, me colocaram na primeira carteira. Lembro-me claramente da professora. Uma velha magra com óculos grandes e um dente de ouro na boca. A pobre coitada berrava aos montes dentro da sala pra demonstrar autoridade e pra ser claramente ouvida. Pior de quem sentava na primeira carteira. Mas o problema maior é que ela acabava soltando umas gotas de baba enquanto berrava. Pior MESMO pra quem sentava na primeira carteira. Lembro-me de ter pensado em levar um guarda-chuva pra aula. De qualquer forma, ela era boazinha comigo e parecia gostar de mim. Me dava atenção quando eu não entendia e pelo visto se orgulhava do fato de eu já saber escrever e fazer continhas. Eu parecia ser um prodígio ali. Não me lembro de muitas coisas mais. Só sei que chorei horrores no primeiro dia de aula naquele lugar. Implorei pros meus pais não me deixarem ali. Mudanças repentinas assim assustam qualquer criança! Mas mesmo não querendo, fui jogada naquele lugar cheio de crianças desconhecidas.

Passei o resto da vida escolar dentro daquela escola. Na 3ª série eu já entendia mais coisas e fiz amiguinhos. Mas ainda assim não me recordo de muita coisa. A 4ª, sim, foi memorável. Foi quando me deparei com a insuportável dúvida de gostar deste ou daquele menino. Eu era um protótipo da Dona Flor e seus Dois Maridos. O Flavindo era uma graça de menino. Tinha a pele branquinha, bochechas mordíveis e era cheio de humor. Mas o César era inteligente, educado, requintado. Pronto, a encruzilhada estava formada. E foi nessa época, com meus 10 aninhos, que eu passei a ver menininhos como possíveis amigos - e não apenas rivais. Mas é claro que ninguém nunca ficou sabendo disso, né? Eu era muito, muito, muuuito tímida. Então eu só olhava de longe mesmo e ficava pensando com meus botões o que seria essa coisa estranha. Não sei se foi por isso, mas naquele ano eu penei pra aprender a tabuada. Ainda mais com aquela professora carrasca que só sabia berrar. Cara, talvez esteja aí meu trauma por Matemática!

Naquele ano a criançada teve uma aula de educação sexual ou pelo menos deveria ser isso. Foi uma aula-surpresa, e o interessante é que eu não tinha ido à aula nesse dia. No outro dia, lembro que uma menina me disse que eu tinha perdido a aula de como usar "modess". Ela ainda disse que as meninas ficaram na sala e os meninos saíram nessa hora. Ah cara, eu queria ter ido a essa aula! Aliás, eu precisava ter ido, já que naquele mesmo ano a menarca deu as caras. Como eu ainda não sabia sobre o assunto, minha mãe teve de fazer seu papel e me ensinar a usar aquela fralda. Pra mim foi realmente estranho fazer um baita sacrifício pra largar as fraldas e depois ter de voltar a usá-las. Pior é que só aos 14 anos é que fui perceber que eu estava crescendo menos do que as outras meninas. Ao procurar um médico, já era tarde: eu seria baixinha para sempre. Na hora não foi difícil assimilar a ideia, mas quando tive aulas de vôlei e basquete, senti a falta de uns centímetros a mais.

Passar para a 5ª série foi o ó do borogodó. A escola era dividida estruturalmente entre ensino primário e ensino fundamental. Eu finalmente estava indo para o "lado dos grandões", para o pátio que antes era apenas um mito pra mim. A 5ª série foi divertida. Conheci duas pessoas que passaram muito tempo comigo depois. Uma menina e um menino, veja só que bonitinho. E aí formamos um trio. Ela estudou comigo até a 8ª série e ele, até a 7ª. Se bem que eu não lembro dele na 6ª série. Estanho... Bom, lembro-me também de ter estudado com a Lilian, que me acompanhou também na 6ª série e na faculdade, anos depois. Tinha também a Alessandra com seus longos cabelos cacheados, tratados com creme para pentear Seda para cabelos cacheados. Como os meus eram também, eu fazia de tudo para deixá-los como os dela. Isso incluía molhar o cabelo e passar aquele creme, deixando aquele aspecto "acabei de lavar". Mas isso tudo eu só descobri no ano seguinte.

Bom, nessa época eu estava com 11 anos. Estava me desenvolvendo. Foi quando ganhei meu primeiro soutien. Era lilás com detalhes de renda. Mas o incrível foi o que um moleque sem-noção chamado Bruno disse sobre isso. Ele sentava na minha frente e às vezes parecia que gostava de mim. Mas ele era louco de pedra, então eu não dava muita atenção pra ele. Depois do que ele disse, então, passei a evitá-lo. Ele teve a audácia de me perguntar se eu estava colocando papel higiênico sob o soutien. Na hora eu fiquei sem entender, era toda inocente, né? Imaginei que um rolo de papel higiênico seria muito grande pra caber ali, então que baboseira ele tava dizendo, oras? Só entendi muito tempo depois e fiquei com mais raiva ainda dele. Eu sinceramente acho que ele era tarado. Uma vez ele virou pra mim e, do nada, soltou:

- Moça, me vê duas passagens carimbadas de ida e volta pra Volta Redonda.

Parece muito inocente, não fosse o fato de ele fazer gestos com as mãos enquanto falava. O "carimbadas" é o gesto que alguém faz de foda. O "ida e volta" era aquele movimento clássico do Créu, sabe? E o "Volta Redonda" era uma prolongação do "ida e volta", mas num movimento circular. Pois é, um tarado de 11 anos.

Na 6ª série eu acabei me sentando lá no fundo da classe. Mas sofri horrores com isso, porque eu não enxergava o que estava escrito no quadro. Tinha que me virar e copiar do caderno da menina que estava atrás de mim. Eu precisava de óculos, mas morria de medo de contar pros meus pais, principalmente porque foi naquele ano que eu comecei a usar aparelho - o famoso "freio-de-burro", sabe? E tinha uma menina na classe que usava esse aparelho e ainda óculos fundo-de-garrafa. Ela era muuito zoada por causa dessa cara engraçada dela, cheia de acessórios esquisitos. Eu é que não ia querer ficar como ela! Preferia continuar copiando a matéria do caderno alheio.

Nessa época eu descobri que gostava de Ciências e fiquei apaixonada por nutrição. Queria saber se esse ou aquele alimento fazia bem e coisa e tal. Foi também nesse ano que eu fui líder de classe. Eu tinha um caderninho onde anotava tudo o que acontecia na classe, principalmente quando a professora não estava e naquele pequeno intervalo de troca de professores. Anotei o nome de um mesmo menino milhares de vezes - era um peralta maluco que tinha cara de psicopata.

Com 12 anos o corpo das meninas já está bem desenvolvido. Ao contrário dos meninos. Eles começam a espichar só com 14 ou 15, ficam disformes e parecem girafas andando pelos corredores. Só que tinha um na sala que era especialmente chamado de Girafa, em virtude de seu pescoço alongado e de sua silhueta comprida e magricela. Ele veio do sítio e era o único a usar a camiseta dentro da calça - motivo de chacota dos meninos. Mas por ser todo inocente e bem educado, era o sonho das menininhas. Todas babavam por ele - inclusive eu, né? Mas como eu era muito apaixonadinha por qualquer coisa bonitinha que fizessem, o Wesley Girafa não era minha única atenção. A brincadeiras do "pêra-uva-maçã-salada mista" e "verdade ou mentira" eram clássicas na época e aquela coisa de descobrir o sexo oposto era um tabu. Ainda mais pra mim, uma menina tímida, recatada e medrosa. Mas os desenhos da Disney haviam feito seu trabalho e eu sonhava com o príncipe encantado. Criança acredita em tudo, né? Nessas horas é bom ter crescido - ou nem tanto...

Meu dente de bandeirinha-de-são-joão

Minha família era mais reunida quando a bisavó era viva. Nas festas de final de ano, era sempe a mesma coisa: a véspera de natal era na casa dos meus tios daqui da cidade e o dia de natal era na casa da bisavó em Cambira.

A bisa Sebastiana, mais conhecida como Bastiana, viveu seus 80 e poucos anos. Lembro quando ela fez 80. A festa foi animada e ela tava toda feliz atrás do bolo. E aí foi foto com os filhos, com as noras, com os netos, com os bisnetos...

A família do lado do meu pai é uma mistura de italianos com africanos, então imagina a fuzaca! A vó da minha bisa veio da África - acho que é isso, se não for, é a mãe dela quem veio então. Só sei que sim, eu tenho um pé na senzala. Meu cabelo cacheado e minha cor indefinida veio daí.

Com todo aquele banzé, eu e minha irmã, sempre quietinhas como dois bichinhos assustados, ficávamos no cantinho brincando ou então grudadas na mãe ouvindo as conversas sobre crochê, tricô e culinária. Já os primos não. Eram todos uns pestinhas que não paravam de correr e gritar.

Certa vez foi feito um almoço na casa de uma prima lá do meu pai, de Cambira mesmo. A casa era grande, com um quintal quadrado com máquina de lavar e varal para secar as roupas e um retangular e comprido com mesas e churrasqueira, os dois separados por um corredor aberto e longo. Os primos e as primas, todos de idades aproximadas, como sempre não conseguiam ficar no lugar.E aí resolvemos brincar de cabra-cega (ou cobra-cega, tanto faz).

Fomos até a varanda quadrada, parecia um bom espaço para a brincadeira. Quando foi minha vez de tapar os olhos com uma venda, lembro até hoje de avisá-los de que a brincadeira só ia "valer" ali naquela varanda e que não era pra ir até a garagem. Bom, a passagem para a garagem, que dava para a rua, era uma pequena escadinha de uns 2 ou 3 degraus. Aviso dado e olhos vendados, me rodaram pra que eu perdesse a noção de onde estava e a brincadeira começou.

Tal brincadeira consiste, basicamente, em tapar os olhos de uma pessoa, rodá-la e sair correndo pra que ela não pegue você. Aí você pode brincar com ela, cutucando e saindo de perto rapidamente, só pra aporrinhar. Se a pessoa vendada conseguir pegar alguém, ela passa a vez de ser vendada à pessoa capturada. Muito simples, han?

É, mas a adrenalina corre solta nessas brincadeiras de captura. Eu ali, com os braços estendidos e olhos vendados, rodopiando feito barata tonta no meio da varanda e todos os outros em volta gritando "tá frio", "tá quente". Só sei que consegui agarrar alguém. Peguei pela camiseta e o ser começou a correr e eu atrás, segurando, e de olhos ainda vendados. De repente, perdi o chão e caí de cara. Pronto, a merda estava feita. Tirei a venda e nisso tava todo mundo vindo ao meu encontro. É, eu tinah avisado que não valia ir pra garagem! Que droga, ninguém me escuta! Fiquei lá esbravejando e olhando pro farelinho que havia se formado no chão. Era meu precioso dente incisivo, já permanente. Minha prima me ajudou a levantar e me levou até o quarto dela. Estavam todos tensos e não sabiam o que fazer. E eu, temendo levar uma bela bronca, resolvi esconder a cagada da minha mãe. Toda vez que a gente caía, ela corria ver nossa boca. Então presumi que se ela visse meu dente da frente quebrado, ela me daria uma bela surra. Cabeça de criança, né, vai entender.

A brincadeira acabou ali e eu fiquei de boca fechada o resto do dia. Fomos embora. Não me lembro se foi no mesmo dia ou no outro quando minha mãe finalmente viu o estrago. Estávamos nos preparando para sair, escovando os dentes uma ao lado da outra e em frente o espelho. Enquanto tinha espuma na boca, beleza. Mas aí alguém falou alguma coisa engraçada e nós rimos. Fim do segredo, revelado por uma piada. Minha mãe chorou ao ver aquilo. Bom, pelo menos eu não apanhei.

No ano seguinte, aos 12, comecei a usar aparelho nos dentes, o que foi uma salvação pra mim, porque escondia bem aquele meu dente de bandeirinha-de-são-joão. Convivi com ele até meus 16 anos, quando finalmente tirei os aparelhos. A dentista arrumou o dente quebrado assim que tirou os ferrinhos. Voilá: sorriso perfeito. Bom, mas a essa altura a miopia já estava avançada e eu tive que passar a usar óculos. Ô vida cruel.

segunda-feira, 10 de maio de 2010

Brincando de boneca

Quando tava procurando informações sobre o Homem Azul, encontrei o blog do Philipe, um cara que eu não conheço mas que escreve de um jeito muuito engraçado. Fui perambulando pelo blog e li uma porção de "causos" que ele escreveu, sobre sua vida mesmo, engraçadíssimos. Bom, ele nem sabe que tô postando isso aqui - e isso realmente não importa. O fato é que ler lembranças de um desconhecido me fez pensar nas minhas. E aí pimba, me veio uma baita vontade de escrever sobre algumas aqui também. Talvez até pra que eu mesma possa ler mais tarde e rir um pouco de mim mesma.

Pelo visto o tal Philipe passou por muitas situações cômicas e também por saias-justas - justíssimas, diria. Eu não tenho lá grandes coisas pra escrever, já que nasci e cresci numa cidade pequena e nunca saí do lugar que estou
. Pra se ter uma ideia, moro na mesma casa há 18 anos. Como fica na avenida principal da cidade (a única), nunca pude sair para brincar na rua. Meus pais não mantinham muitas amizades, então quase não via outras crianças. Era eu e minha irmã, 4 anos mais nova que eu.

Brincávamos de casinha, mas nossa predileção estava na boneca magra e olhuda que já fez 50 anos - é isso aí, a Barbie. Inventávamos as mais diversas situações e tínhamos criatividade para fazer de meros farrapos roupinhas fofas para as nossas dezenas de bonecas. Bom, como nossa situação financeira não era muito favorável, a maioria delas era falsa, daquelas em que a gente pode arrancar a cabeça da boneca e colocá-la de volta. Ou até mesmo trocar de cabeças entre as bonecas, o que às vezes não resultava em um brinquedo muito bonito de se ver. Tivemos algumas Barbies originais, e a maioria foi minha irmã quem ganhou, em aniversários e por cirurgias que teve que passar.


Mas não importava se a Barbie era verdadeira ou falsa, o que importava era a imaginação. Quando inventávamos que elas iam à praia, fazíamos seus maiôs de massinha de modelar. Duro era conseguir tirar aquele grude das bonecas depois! Ah, mas nada como um dia no clube para resolver! Enchíamos o tanque de água e as bonecas quase derretiam ali de tanto que brincávamos. E a imaginação ia longe. Construíamos a família toda - pai, mãe, irmãs, sobrinhos... Enquanto tivessem bonecas, a família não parava de crescer. Eu tinha uma Barbie e minha irmã tinha outra, e as duas eram irmãs. Tínhamos também dois bonecos (o tal Ken, só que falso), um pra mim e um pra ela. Eram nossos namorados, mas noivávamos e casávamos também. Lembro quando fizemos o casamento das nossas bonecas. Todo paninho branco encontrado foi usado, e o vestido da noiva ficou um show!

Bom, como não sabíamos costurar e tínhamos medo de espetar o dedo, colávamos tudo com fita adesiva - durex, mesmo. Enquanto confeccionávamos, os joelhos iam se enchendo de durex. O chão também, os chinelos também, e a casa toda também. Tínhamos um cômodo da casa para brincarmos, e era onde se guardava sapatos, ferramentas do meu pai, malas de viagem, e muitas bugigangas mais. Um verdadeiro ninho. Nossos brinquedo ficavam numa caixa enorme - a da máquina de lavar. Então, pra brincar, tínhamos de virá-la pra encontrar, às vezes, um sapatinho. As prateleiras de aço que hoje são usadas para guardar sapatos, eram a casinha da nossa família. Cada parte era um cômodo, assim como era a verdadeira casinha da Barbie. Quando a boneca da minha irmã casou, ela passou a fazer a casinha dela em cima das mesinhas.

Cada boneca tinha uma voz diferente. Os homens também! E os diálogos fluíam numa boa, parecia novela. Nosso sonho era fazer todas as bonecas se moverem. Era chato fazer uma festa e ter que encostá-las! Somente quatro delas se moviam, que injustiça! Só que preferíamos assim a ter que dividir as coisas com outras crianças. Pelo menos nos entendíamos e a história sempre dava certo.

O carro das nossas donzelas era uma lancheira aberta. Não como essas de hoje, que mais parecem mochilas, mas daquelas de plástico mesmo. Quando aberta, virava um conversível. E a bagagem ia toda numa espécie de carrinho acoplado logo atrás. Uma vez vimos um carrinho verdadeiro da Barbie. Nossa, fomos ao delírio! A dona do carrinho não o viu naquele dia, porque enquanto estivéssemos ali, ele seria só nosso!

Lembro quando enjoamos daquele monopólio loiro e resolvemos pintar o cabelo de uma delas de castanho. E dá-lhe canetinha! Passei um tempão pintando mecha por mecha, mas voilá! Uma Barbie morena! O efeito ficou super natural, só que com algumas lavadas depois acabou ficando desbotado, mas nada que um dia no salão de beleza pra retocar a tintura não resolvesse!

Ficava difícil também fazer festinhas sem homens. As festas juninas eram um desfalque! Só dois bonecos machos! A solução era fazer os ursinhos de pelúcia serem os companheiros fofinhos das bonecas solteiras. Fizemos de uma boneca-bebê que minha irmã ganhou da madrinha (madrinha má!) um homenzinho também. Afinal, era absolutamente careca e vestia um macacão azul celeste com branco - um perfeito homem grande, gordo e careca! Mas ainda era pouco, a estatística populacional ali estava desfalcada. Era muita mulher pra pouco homem. Então fazíamos com que os tubos de Pringles virassem companheiros altos, magros e sem braços! Coitadinhas das bonecas que ficavam com eles, nunca eram abraçadas... :( Mas nossa imaginação foi mais longe. Usamos a cabeça de uma Barbie original (quando é original a cabeça nunca mais entra) pra fazermos um homenzinho. Grudamos a cabeça de um jeito lá que deve ter sido uma bela gambiarra, passamos uma faixa no peito e no abdômen, vestimos uma calça e uma camisa, e acabamos de cortar o cabelo que já estava todo recortado. Pronto. Nossa primeira mudança de sexo no mundo das Barbies. Mais tarde usamos esse ser para fazer o papel do Júnior, pra cantar ao lado da nossa Sandy - a boneca deveras parecia com ela, já que a Sandy tem aquele olhão e aquele sorrisinho de Barbie estampado na cara. E o Júnior ficou uma be-le-zi-nha, sabe? Os dois tiveram até direito a microfones auriculares feitos de massinha, iguzlainho aos do CD que tínhamos da dupla e que garantia o repertório do nosso showzinho em cima da mesa.

Quando saíamos do nosso cômodo-casa, era pra passear. Ora íamos à praia, lá na área de serviço, onde o sol batia. A faixa com sol era a areia e a sem sol era o mar. Simples, não? Quando o sol virava e acabava aquela faixa de areia imaginável, íamos embora da praia. Mas aí tínhamos a casa na praia! Nossas Barbies eram chiques, viu? A mesa da área de serviço virava a casa de praia delas. Pra fazermos uma discoteca, íamos até a sala, à noite. Desligávamos a luz e ligávamos a TV e o som (na época, era um rádio enorme com toca-fitas, toca-discos e toca-CDs). As músicas eram de uma fita cassete tipo "Dance remix" ou algo assim. E a luz do ambiente era proporcionado pela TV. Pra dar o efeito luz estroboscópica, íamos passando os canais com chiado. Como a sala era grande, as bonecas ficavam longe uma da outra, encostadas nos sofás. Mas pra dar uma realidade, fazíamos até as "panelinhas." E olhe que nunca tínhamos ido a festas, hein?


É, mas o tempo de ir a festas veio e as bonecas foram esquecidas dentro da caixa. Uma pena saber que aquela criatividade e imaginação se foram. Sim, certa vez tentamos arrumar nossas bonecas outra vez, mas não conseguimos. Coloquei um vídeo aqui pra demonstrar que imitar a vida em brincadeiras com bonecas era mesmo divertido e encantador. Ah, bons tempos que não voltam mais...


domingo, 9 de maio de 2010

Alice no País das Maravilhas

Fui ao cinema com minha irmã e finalmente assistimos ao longa de Tim Burton (o maluco da foto ao lado). Gostei muito do visual do filme, mas achei que a história não foi assim tão emocionante. Quando um filme mexe muito com suas emoções, você sai da sala revigorado, pensativo, abalado. Saí da sessão da mesma forma que entrei. Achei que o filme não foi muito complexo em sua narrativa. O calendário usado no filme mostrava cenas que estavam acontecendo e que iam acontecer. Nesse caso, todos já sabiam que o "Glorian Day" ia chegar e que Alice estaria no alto daquela pedra enfrentando aquele monstro bizarro. Então, ninguém ficou muito surpreso.

A surpresa maior do filme foi ver Alice voltando ao País dsa Maravilhas. No clássico da Disney, ela era apenas uma criança e se divertiu ao tomar chá com o Coelho (foto divulgação ao lado) e o Chapeleiro Maluco. Quando voltou, o lugar estava com aspecto sombrio, já que a Rainha Vermelha havia tomado o poder da Rainha Branca. Pra mim, a parte mais interessante do filme foi essa - em que ela conversa com a lagarta azul (chamada Absolem) e descobre que seus sonhos não eram apenas sonhos, mas lembranças, pois ela já havia estado naquele lugar uma vez. No momento dessa descoberta, cenas do clássico de Alice foram passando (mas não em forma de desenho animado, é claro, mas de uma menininha de cabelos louros e cacheados toda fascinada com o mundo que via).

Chapeleiro, Rainha Vermelha e Rainha Branca: bela maquiagem (Foto: divulgação)

A tal lagarta azul continuou sobre seu cogumelo, fumando seu narguilé e perguntando "quem é você?" à garota. Tudo bem que essa figura remete ao uso de alucinógenos (o que foi criticado no desenho da Disney), mas imagino que a garotadinha-que-se-acha-moderninha adorou o jeitão do bicho. Os cogumelos também entram
na turma dos alucinógenos. Os bolinhos e as poções com escritos "coma-me" e "beba-me" também sugerem que não tem nada demais comer ou beber algo estranho e que alguém oferece.

O figu
rino e a maquiagem, por sua vez, estavam elegantíssimos. O Chapeleiro Maluco, com certeza, foi o astro da vez. A maquiagem feita em Johnny Depp (o cara das mil faces da foto abaixo) estava fantástica e muita gente andou falando que ele estava irreconhecível. Eu, particularmente, não achei isso. Os traços de seu rosto são fortes e facilmente identificáveis, mesmo quando ele se transforma e adquire mil faces. A Rainha Branca, por sua vez, acabou ficando com um batom negro muito esquisito e não tem nada a ver com o batom vermelho-sangue que deslumbra na foto acima.

Johnny Depp e suas mil caras (Fotos: divulgação)

Mia Wasikowska (a Alice), na verdade, nem foi a estrela principal do filme. Johnny roubou todas as atenções da pobrezinha. Ele salvou Alice, foi preso, fez chapéus para a rainha, escapou, foi novamente capturado e ainda teve todos à sua volta para assistirem sua execução. Enquanto isso, Alice estava vagando por aí. Aliás, alguém mais aí sentiu que o Chapeleiro ficou todo "encantadinho" com Alice? Ou isso só vem de mentes de garotas que ainda acreditam em príncipe encantado?

Atriz Mia Wasikowska: em segundo plano (Foto: divulgação)

Assisti ao filme 3D e dublado, o que me fez pensar se não errei na escolha. A dublagem das falas de Johnny me irritaram com aquela língua presa (nada contra, mas no filme não ficou bom). Outra coisa que me irritou foram as mãos para cima de Anne Hathaway (a Rainha Branca, foto divulgação à direita), parecia mais uma gazela saltitante. Contudo, teve uma hora - a única - em que ela estava sozinha na cena e deixou de ser a gazela - baixou os braços e saiu correndo pra encontrar um cão. Isso me fez reparar que a tal Rainha Branca era falsa. Ela podia não ser má, mas era falsa. A Rainha Vermelha (Helena Bonham Carter, foto divulgação à esquerda) era má mas parecia ter razões para isso. Ela matou o rei só porque achou que ele a deixaria. Com medo de sofrer, já executou o probre coitado e acabou com qualquer possibilidade de derrota. Além disso, ela demonstrava claramente que queria ser amada. Para agradar-lhe, seus súditos inventaram partes do corpo também exagerados, assim como sua cabeça - um tinha uma barriga enorme, outra, o nariz, outro, a testa. E assim a rainha não se sentia tão diferente de todo mundo. E talvez por ter um baita cabeção ela pedia pra cortar a cabeça de todos os que não a agradavam.

Os efeitos 3D não apareceram muito. Em Avatar foi muito mais emocionante. Mas pode ser que isso tenha acontecido em virtude de a própria narrativa de Avatar ser mais complexa e emocionante do que a de Alice. Se a história do filme nos deixa empolgados, qualquer efeitozinho a mais é motivo de encantamento. Tim Burtom, pelo visto, apostou no visual dos personagens. A atriz Helena Bonham Carter esteve genial em sua atuação e o efeito "cabeção" deu-lhe um ar engraçado, o que, como já disse, deixou bem à mostra os motivos de sua personalidade transtornada e medrosa.

Eu realmente esperava um gran-finale, na esperança de que fosse um pouco mais surpreendida e saísse da sessão mais empolgada, mas foi aquilo ali mesmo e pronto. De qualquer forma, o filme desperta curiosidade e, se a gente pensar um pouquinho, conseguimos desvendar algumas coisas que ele nos passa.

sábado, 8 de maio de 2010

O incrível Hulk - só que azul

Por esses dias minha mãe tava comentando sobre uma matéria que ela leu num jornal da região, falando de um homem que ficou azul. Pois é, gente. Azulzinho da silva. Fiquei de procurar sobre o assunto na internet e ver isso com meus próprios olhos, mas como minha memória é uma furrenga, acabei esquecendo. Ontem tive um insight e comecei a pesquisar sobre esse caso.

Ao digitar "homem azul" no campo "imagens" do Google, apareceu o Blue Man Group, Avatar e umas bizarrices mais. Mas quando vi a foto do meu personagem principal de busca, logo me lembrei dos Smurfs. Vê só se não lembra!



Bom, o nome do nosso amigo ciano é Paul Karason, americano de 58 ou 59 anos. Diferentemente do Hulk, que fica verde a cada situação de muito furor, Paul teve essa mudança toda na coloração de sua pele devido ao uso de
prata coloidal na tentativa de tratar uma dermatite. Diante da infernal coceira causada pela doença, ele resolveu se automedicar com a substância que é usada para tirar prata de metais. Mas Paul não teve receio algum: esfregou a substância na cara e chegou a bebê-la.

"O uso da prata coloidal como antibiótico era comum até a década de 30, antes do surgimento da penicilina, desde 1999 sua utilização como medicamento está proibida pelo FDA* norte-americano, mas ainda é uma substância facilmente encontrada em alguns suplementos alimentares e que pode inclusive ser produzida em casa com equipamentos de baixo custo destinados a utilização em criações de aves para abate".

(Fonte: Blog Insólito; *FDA:
Food and Drug Administration)

O resultado não foi imediato e ele não teve nenhum efeito colateral. Tanto que só depois de 14 anos usando o colóide ele se deu conta de que estava um pouco diferente, sabe? E isso só aconteceu porque um amigo que não o via há algum tempo veio perguntando o que havia acontecido com ele. A família, os amigos e ele mesmo não viram mudanças em virtude do efeito ter ocorrido de forma lenta e gradual.

Paul pode não ter sido muito esperto ao escolher a prata coloidal para tratar sua dermatite, afinal, isso acabou lhe rendendo muita dor de cabeça, mas pelo visto sabia que a substância poderia ajudá-lo a se livrar da doença. De fato, a prata coloidal é um poderoso germicida e esterilizante, usado por muito tempo na Medicina antes do surgimento dos antibióticos.

"Algumas das moléstias em que o uso da Prata Coloidal já foi mostrado ser muito efetivo:
Acne

Antrax
Apendicite
Câncer de Pele
Cândida Albicans
Catarro
Cistites
Cobreiro
Coceira Anal
Colite
Conjuntivite
Coqueluche
Dermatites
Desordens da Próstata
Desordens Intestinais
Diabetes
Diarréia
Disenteria
Doença de Chagas
Doença de Menière
Doença dos Legionários
Eczema
Envenenamento do Sangue
Escarlatina
Febre Paratiroidea
Fendas nos Pés (Frieira)
Fibrosamentos
Gastrites
Gonorréia
Gripe
Hemorróidas
Herpes
Impetigo
Infecção da Bexiga
Infecções da Tromba de Eustáquio
Infecções por Cryptosporidium
Infecções por Salmonella
Infecções por Stafilococcus
Infecções por Streptococcus
Lepra
Lesões
Lúpus
Malária
Meningite
Oftalmia
Oitites
Pé de Atleta
Piorréia
Pleurisia
Pneumonia
Poliomielite
Psoríase
Queimaduras
Queimaduras Solares
Queratite
Reumatismo
Rinites
Seborréia
Síndrome da Fadiga Crônica
Septicemia
Sífilis
Tétano
Tinha Rosácea
Tifo
Tonsilites
Tuberculose
Úlceras
Úlcera Péptica
Verrugas"

(Fonte: Blog A Conspiração)

É mesmo uma bela lista, mas é preciso tomar muito cuidado com a automedicação. Até aquele chazinho que a vovó receitou pode acabar fazendo mal. Paul não procurou um médico ao sofrer com a dermatite, nem quando resolveu tomar prata coloidal, e nem mesmo depois de descobrir que estava azul. Foi aí que ele errou.

Bom, mas se alguém mais se habilitar e quiser se transformar numa espécie de Hulk - só que azul -, é só comprar a substância, via internet mesmo, por apenas R$75,00 + frete. Uma pechincha! James Cameron agora já tem uma fórmula pra começar a tornar seu mundo imagiário de Pandora um pouco mais real.



Fontes:

Banalizando

Insólito

O Dia

A Conspiração

HowStuffWorks

Ouro Coloidal

Mundo Gump

Eu quero silêncioooo!

O dia tá nublado, em breve vai cair o maior toró, não tem uma alma viva na rua e essa porcaria de Loja Salfer fica aí esguelando. Tudo bem que eles querem anunciar a promoção de dia das mães pra todo mundo ouvir, mas pra isso quem mora em frente tem de aguentar esse repeteco o dia INTEIRO. E alguém aguenta? Se eles ainda rodassem dois ou três CDs com músicas diferentes, vá lá. Mas são as MESMAS MÚSICAS o dia todo! Roberto Carlos, meu! E sabe, eu até gostava da música "Matemática", do Peninha. Mas ouvi-la por dois dias consecutivos, das 8 às 18 horas... Se bem que dessa vez, por causa do dia das mães, eles escolheram músicas mais amenas, saindo daquele sertanejão ainda mais barulhento e irritante.

Sinceramente, acho isso aí falta de respeito. Eles têm todo o direito de vender, mas não de atormentar a paz alheia pra isso. Não dá pra dormir, estudar e nem assistir TV! Meu pai trabalha com contabilidade e todo mundo ali já tá saturado com todo esse banzé da Salfer. Reclamar com eles não adianta. A polícia joga a batata-quente pra delegacia e esta devolve pra polícia, num ciclo que só deixa a gente ainda mais indignado por ver que por aqui nossos direitos ficam só no papel.

E não eram pra ficar. Temos leis que nos protegem desse incômodo. Se tem gente que reclama das músicas dos cultos e missas, que duram aproximadamente 1 hora, não podemos reclamar de músicas de uma loja, que duram às vezes a semana toda? Tal barulheira se torna indesejável quando as pessoas em seu entorno se incomodam com ela. Estamos incomodados, portanto, nosso sossego foi alterado. Tudo bem que isso não se compara à poluição sonora a que ficam expostos trabalhadores de obras civis, por exemplo, que sofrem com a intensidade e com o maior tempo de exposição ao barulho, mas compromete nosso bem-estar e nos leva ao estresse. Sabemos que o estresse é o grande culpado por fazer certas doenças darem as caras, como a hipertensão.

"Quando a poluição sonora é restrita a um determinado local, ou área, o problema pode ser considerado localizado e as vezes de pequena proporção, mas quando ela atinge grande parte da cidade, como no caso de trânsito intenso e corredores de tráfego a questão passa a ser mais ampla e generalizada, pois além de atender os moradores próximos às vias públicas barulhentas, atinge também aos que passam por elas, tornando-se assim um problema de saúde pública. Este tipo de poluição vem sendo reconhecida mundialmente como questão de saúde, tanto que já há inclusive o Plano Nacional de Saúde Ambiental da Europa que trata da ligação do barulho excessivo à saúde, conforme noticiado pela imprensa em geral".

(Fonte: Programa A Última Arca de Noé)


Em Curitiba, caixas de som e propaganda em carros de som foram proibidas em farmácias, que são estabelecimentos de saúde pública e que devem ser vistos como tal, e não como mero comércio. Aliás, sabemos que a retirada de produtos alimentícios das farmácias teve esse objetivo. Não condiz um local visto como aquele que trata da saúde da população sair por aí fazendo estardalhaço. O MP de Curitiba ainda intenciona ampliar esta medida para outros setores varejistas, a fim de diminuir drasticamente a poluição sonora da cidade.

É claro que não podemos comparar Curitiba com Mandaguari. Mas a questão é que Curitiba tomou e continua tomando atitudes em prol da saúde pública e do meio ambiente ecologicamente equilibrado. Só devemos lembrar que mandaguarienses e curitibanos são seres humanos do mesmo jeito e são detentores dos mesmos direitos. É, cidade pequena é isso: terra de ninguém.



Fontes:

Paraná Online

Programa A Última Arca de Noé

Ambiente Brasil

Gugu vs. Silvio Santos


Gugu e Silvio Santos entraram numa guerra estapafúrdia em busca do topo no podium do Ibope, o que faz de seus respectivos programas dominicais verdadeiros desastres. Depois que Gugu voou da SBT para a Record, essa guerra se atrelou nas tardes de domingo, que se estende até a noite, como se os programas televisivos fossem infindáveis. Do pouco que pude observar disso tudo, logo vi que eles estão mesmo apelando.

Gugu com seus quadros melodramáticos como "Construindo um sonho" e afins tenta prender a audiência do telespectador com aquele chororô todo. Silvio Santos, por sua vez, está cada vez mais "atirado" - de inocentes tapinhas na bunda de senhoras a descarada mão-boba em decotes de mulheres bem avantajadas. A tentativa de ultrapassar Gugu fez de Silvio Santos uma verdadeira comédia - ridícula a meu ver - de tentar chamar a atenção do pessoal de casa com alusões eróticas. Sem falar no seu palavreado desbocado para com as moças que se espremem para conseguir um aviãozinho na plateia.

Cara, o Programa do Silvio Santos só era bom (e olhe lá) na época do
Topa-Tudo por Dinheiro, em que Ivo Holanda era astro ao fazer a galera rir de suas panaquices previamente formuladas. Lembro-me até hoje da pegadinha do "É um, papapá...", que fez história aqui em casa. Além das famosas pegadinhas, os participantes ainda pagavam o maior mico no palco pra conseguir tirar uma graninha do Sr. Olha-o-aviãozinho.


Programa Topa-Tudo por Dinheiro. A mulherada se espatifou mesmo pra ganhar uns troquinhos.


Gugu também está todo libertino em seu programa. Coloca um monte de mulher semi-nua no palco com a desculpa de se escolher a "melhor-sei-lá-o-quê" da vez. Certo dia, nas minhas andanças pelos canais de tv aberta via controle remoto, vi um pedacinho do programa do Gugu, onde estavam mulheres vestidas de Beyoncé - loiras dum lado e morenas doutro - com jurados que a gente nem sabe quem é escolhendo o melhor grupo. Pode ser que o programa não conte com a famosa "Banheira do Gugu", mas mulher de biquíni é o que não falta.

Preciso de uma TV por assinatura. Ou, pelo menos, de uma parabólica. Mas enquanto isso não é possível, a melhor saída continua sendo tirar aqueele cochilo de domingão.





sexta-feira, 7 de maio de 2010

Dia de faxina!

Quer terapia melhor do que passar o dia todo fazendo faxina? Parece loucura, mas realmente funciona. Muita gente torce o nariz quando se depara com uma casa suja e desarrumada, esperando receber vassouras, panos e produtos químicos. Mas é muito bom terminar e observar o trabalho bem-feito.

Sem falar na movimentação de todo o corpo. Pra mim, que sou um tanto sedentária, acaba sendo um ótimo exercício, com direito a alongamentos antes, durante e depois de todo o trabalho.

E é uma maratona mesmo! Arrumar as gavetas, fazer comida, lavar louça, varrer, passar pano no chão, nos móveis e nos objetos, jogar lixo fora, aguar as plantas, tirar tudo do armário pra limpar e arrumar tudo de volta depois, lavar o banheiro, bater roupa, torcer, centrifugar, estender e depois sair catando pra guardar cada uma no seu lugar...

Agora imagina fazer tudo isso a vida toda e ainda cuidar de você? E além de tudo isso, ainda trabalhar fora pra ajudar nas despesas da casa e na sua criação? E ainda cuidar do seu pai, dando-lhe atenção e carinho? É, mulher só é frágil na aparência. E quando se torna MÃE, por certo recebe dons, o que a torna algo além-mulher, porque além de ser mulher, é mãe.

Isso me fez lembrar de um poema de Luís Fernando Veríssimo que li certo dia. Corri procurá-lo pra colocá-lo aqui. Quando li, fiquei desejando que todos os homens pensassem como ele - pelo menos da maneira como ele escreveu sobre as mulheres - ou mesmo que parassem para observá-las por um momento. Certamente chegariam à mesma conclusão que o autor.

MULHERES

"Certo dia parei para observar as mulheres e só pude concluir uma coisa: elas não são humanas. São espiãs. Espiãs de Deus, disfarçadas entre nós.

Pare para refletir sobre o sexto-sentido.
Alguém duvida de que ele exista?

E como explicar que ela saiba exatamente qual mulher, entre as presentes, em uma reunião, seja aquela que dá em cima de você?

E quando ela antecipa que alguém tem algo contra você, que alguém está ficando doente ou que você quer terminar o relacionamento?

E quando ela diz que vai fazer frio e manda você levar um casaco? Rio de Janeiro, 40 graus, você vai pegar um avião pra São Paulo. Só meia-hora de vôo. Ela fala pra você levar um casaco, porque 'vai fazer frio'. Você não leva. O que acontece?
O avião fica preso no tráfego, em terra, por quase duas horas, depois que você já entrou, antes de decolar. O ar condicionado chega a pingar gelo de tanto frio que faz lá dentro!
'Leve um sapato extra na mala, querido.
Vai que você pisa numa poça...'
Se você não levar o 'sapato extra', meu amigo, leve dinheiro extra para comprar outro. Pois o seu estará, sem dúvida, molhado...

O sexto-sentido não faz sentido!

É a comunicação direta com Deus!
Assim é muito fácil...
As mulheres são mães!

E preparam, literalmente, gente dentro de si.
Será que Deus confiaria tamanha responsabilidade a um reles mortal?

E não satisfeitas em ensinar a vida elas insistem em ensinar a vivê-la, de forma íntegra, oferecendo amor incondicional e disponibilidade integral.
Fala-se em 'praga de mãe', 'amor de mãe', 'coração de mãe'...

Tudo isso é meio mágico...
Talvez Ele tenha instalado o dispositivo 'coração de mãe' nos 'anjos da guarda' de seus filhos (que, aliás, foram criados à Sua imagem e semelhança).

As mulheres choram. Ou vazam? Ou extravazam?

Homens também choram, mas é um choro diferente. As lágrimas das mulheres têm um não sei quê que não quer chorar, um não sei quê de fragilidade, um não sei quê de amor, um não sei quê de tempero divino, que tem um efeito devastador sobre os homens...

É choro feminino. É choro de mulher...

Já viram como as mulheres conversam com os olhos?

Elas conseguem pedir uma à outra para mudar de assunto com apenas um olhar.
Elas fazem um comentário sarcástico com outro olhar.
E apontam uma terceira pessoa com outro olhar.
Quantos tipos de olhar existem?

Elas conhecem todos...

Parece que freqüentam escolas diferentes das que freqüentam os homens!
E é com um desses milhões de olhares que elas enfeitiçam os homens.

EN-FEI-TI-ÇAM !

E tem mais! No tocante às profissões, por que se concentram nas áreas de Humanas?
Para estudar os homens, é claro!
Embora algumas disfarcem e estudem Exatas...

Nem mesmo Freud se arriscou a adentrar nessa seara. Ele, que estudou, como poucos, o comportamento humano, disse que a mulher era 'um continente obscuro'.
Quer evidência maior do que essa?
Qualquer um que ama se aproxima de Deus.
E com as mulheres também é assim.

O amor as leva para perto dEle, já que Ele é o próprio amor. Por isso dizem 'estar nas nuvens', quando apaixonadas.
É sabido que as mulheres confundem sexo e amor.
E isso seria uma falha, se não obrigasse os homens a uma atitude mais sensível e respeitosa com a própria vida.
Pena que eles nunca verão as mulheres-anjos que têm ao lado.
Com todo esse amor de mãe, esposa e amiga, elas ainda são mulheres a maior parte do tempo.
Mas elas são anjos depois do sexo-amor.
É nessa hora que elas se sentem o próprio amor encarnado e voltam a ser anjos.
E levitam.
Algumas até voam.
Mas os homens não sabem disso.
E nem poderiam.
Porque são tomados por um encantamento
que os faz dormir nessa hora."

Luís Fernando Veríssimo




Fonte:

Pensador

quinta-feira, 6 de maio de 2010

Bela psicologia...

Sentar-se frente a uma pessoa desconhecida e contar toda a sua vida é, pra mim, algo novo. E, na minha opinião, isso é estranho e acaba sendo chato. Pois é, chato. Porque a gente fala, fala, fala... E o ser ali só sabe falar "ahã" e acenar positivamente com a cabeça. Parece programado. E deve ser mesmo, viu? Certamente aprendem a manter uma determinada postura na frente do paciente. Pode até ser uma espécie de ética profissional mas, pra mim, mais parece um robô.

E depois de falar praticamente tudo o que me incomoda, a pessoa só soube fazer observações óbvias, que até eu faria. "É, parece que você não se sente à vontade sobre tal assunto", e coisas do tipo. Parece um visionista tentando adivinhar o futuro, jogando verde pra ver se colhe maduro.

Saí de lá sem respostas, sem dinheiro (R$140,00 uma conversa de praticamente duas horas) e com propostas pra mais conversas como aquela. Ou seja, mais e mais
dinheiro indo pro beleléu. E pra quê? Pra ficar falando da minha vida pra uma pessoa que vai fazer de tudo pra não pensar nela quando for dormir? Até porque eu acho que cada um já tem problemas demais pra ter que pensar nos dos outros. A psicóloga certamente não ficará preocupada se eu estou me sentindo melhor ou não - só vai se preocupar se eu não pagar a consulta.

E aí eu fiquei pensando: o que faz uma pessoa aparentemente saudável como eu parar num lugar desse? Sentada ali naquele sofá, com aspecto frágil e indefeso, como que implorando por uma ajuda... O que há de errado? O que uma pessoa desconhecida poderia fazer pra me ajudar? O que eu devo fazer pra não ter que voltar pra lá? Bom, cabe a mim concluir que, se estivesse realmente tudo bem, eu não teria parado num lugar como esse.

Não posso pagar pelas consultas. Está, absolutamente, fora de questão. No fim, terei de assumir o controle por mim mesma, mesmo que de modo errado, do jeito mais difícil e sem apoio nenhum. Se eu chegar a conseguir, aí sim poderei me considerar vitoriosa.

A doutora falou de fé. Sei muito bem que isso ajuda - e muito. Já passei por muita coisa e sou testemunha viva de que a fé move montanhas. Só não ajuda quando a nossa está abalada. Que fazer, então? A princípio, eventuais fontes de enfraquecimento dela deveriam ser deixadas de lado. Talvez assim ela pare de enfraquecer, mesmo que não volte à sua totalidade com rapidez. O difícil é conseguir alcançar uma fé plena outra vez.

Tudo fica ainda mais difícil quando aqueles que seriam os mais indicados a apoiar resolvem dar de ombros. Não é fácil tentar expor pensamentos e opiniões que são tidos apenas como mera rebeldia por quem os ouve. O pior é ver que minhas atitudes frente a tudo isso vêm de berço e que o berço em si não aceita que eu tenha tais atitudes. Se não as aceita vindas de mim, como falar que somos iguais? Afinal, estarei dizendo que não aceitam a si próprios e isso resultaria numa grande confusão.

Quem é que consegue ser plenamente feliz nessa vida sabendo que suas opiniões e sentimentos não são bem-vindos em seu lar? Como sair preparado pra lidar com as adversidades da vida sendo que sua própria família não lhe dá apoio algum? De que adianta desejarem minha felicidade se não colaboram pra que ela realmente aconteça e se me deixam de lado achando que assim estarão me fazendo bem? Se eu erro ao deixar de lado quem me fere, então agora sei de onde aprendi.

Psicólogo, nessa hora, só seria bom pra isso mesmo: ouvir. E se eles ouvem, não falam nada e eu só me sinto um pouco mais aliviada por ter desabafado, então acho que já encontrei meu psicólogo: este blog. Afinal, vai ter o mesmo efeito (ninguém lê isso aqui mesmo) e eu não vou precisar pagar uma fortuna pra isso.

quarta-feira, 5 de maio de 2010

Esmaltes nude

Muito bem, assuntos femininos em pauta: esmaltes!

Que mulher não gosta de ter suas unhas sempre bem feitinhas? Quem não gosta daquela sensação de limpeza e leveza depois que sai do salão de beleza? Mas é interessante lembrar que a mulher, quando faz as unhas, quer passar alguma MENSAGEM - e não só se sentir bem arrumada. Ela demonstra que sabe se cuidar e presta atenção em detalhes. Nessa hora, a cor não importa muito.

A cor entra quando falamos de tendências e de querer passar mais mensagens. Unhas vermelhas, por exemplo, são sinal de sedução e explosividade. Unhas coloridas trazem um aspecto irreverente e alternativo. Tons mais claros remetem à delicadeza e ao romantismo. A tendência para esse inverno é deixar as unhas no tom da pele. Pra isso, os esmaltes NUDE entram com tudo. Principalmente pra quem quer estar na moda mas não quer parecer estar andando nua pelas ruas - o que deixou muita gente grilada com a moda nude nas roupas. O charme é escolher um tom que combine bem com a sua cor de pele pra que dê um efeito de mãos alongadas.

Há uma porção de tons, a maioria com textura cremosa. Ontem passei o Citrino Nude, da Risqué, coleção Jóias Místicas (foto ao lado). Esse tem textura envernizada. Quando fui comprar, fiquei meio cismada, e ainda não sabia muito sobre escolher o tom certo. A vendedora veio logo falando que a Helena, da novela das 8, usa essa cor e blablabla - aquele papo de vendedora, sabe? Bom, na hora nem lembrei quem era a tal Helena, já que novela pra mim tem "passagem de graça". Não pensei muito e levei mesmo assim, afinal, tinha gostado da cor. E não é que ficou uma belezinha mesmo? Mas tô curiosa pra encontrar outro tom, que chegue mais perto da minha cor, pra ter o tal efeito mãos longas.

Encontrei no blog de Rafaella Maia alguns tons nude lindos. Dá só uma olhada:


1 - Esmalte Colorama (SAC 0800 701 0114) Rosé, R$ 2,15

2 - Esmalte Ardeco 196, R$ 38

3 - Esmalte Impala (SAC 0800 7027277) Camboa, R$ 1,60
4 - Esmalte Revlon (0800 7733450) Sheer Blush, R$ 19,90
5 - Esmalte Risqué (SAC 0800 11 11 45) Cappuccino, R$2,50
6 - Esmalte Colorama (SAC 0800 701 0114) Nutriverniz Nozes, R$ 2,85
7- Esmalte Impala (SAC 0800 7027277) Gaivota, R$ 1,60
8 - Esmalte Risqué (SAC 0800 11 11 45) Nude, R$ 2,50


Escolha o seu e mãos à obra! ;)