quarta-feira, 12 de maio de 2010

Eu e meu sonhado óculos de sol

Há uns dois meses, passando na frente de uma vitrine, vi alguns óculos da Ray-Ban e da Gucci em promoção. E sabe como mulher a-do-ra promoções, né? Parei, olhei, e acabei encontrando um óculos do jeitinho que eu queria. Marrom com detalhes em dourado. Lindo! Tudo bem que era paraguaizão, mas pouco me importava. Aliás, o precinho acessível foi o que mais chamou a atenção.

Mesmo assim, eu tava sem grana na hora, então deixei minha compra para o outro dia. No outro dia, não deu pra ir lá comprar. E assim se passaram alguns dias, e eu naquela angústia de adquirir logo aquele óculos. Ainda mais por ele estar na vitrine, todo mundo pode vê-lo. E se alguém comprar antes de mim? Acabei sonhando com isso tudo e eu comprei o almejado óculos no meu sonho. Quando acordei, pensei que naquele dia eu compraria meu sonho de consumo. De manhã mesmo corri até a loja e voilá. Ficou mega-super-power perfeito. E agora era meu! Saí da loja contente e satisfeita.

Aposentei meu óculos preto normalzinho e passei a usar o meu pequeno tesouro. Ano passado foi um sufoco monetário e isso me impediu de comprar um modelo que eu tanto queria. Cheguei a ver lojinhas de beira de rodoviária, na expectativa de ter um daqueles óculos de modelos europeias. Mas como sempre, a grana curtíssima - e muitas vezes contada pra pegar o busão de volta pra casa.

Há dois domingos fomos a um almoço de família. Fazia muito tempo que não nos juntávamos assim, e mesmo eu estando extremamente desanimada, quis estar presente. Fazia muito tempo também que eu não ia até aquela chácara. Cheguei de mãos abanando, mas com meus óculos no rosto. Deixei-o em cima da mesa, afinal, não queria correr o risco de vê-lo se espatifando no chão. Almoçamos. E aí já sabe: domingo é um dia danado de bom pra tirar uma sonequinha. Conversa vai, conversa vem, e o sono foi chegando. Ainda mais depois de um banquete daqueles - comi feito nortista que acabou de chegar em São Paulo. Minha irmã precisava estudar e também queria dormir um pouco. Resolvemos ir embora. Como eu sou muito cabeça-de-vento, esqueci a única coisa que eu havia levado pra lá. Quando chegamos em casa, avisei meu pai (que tinha ido nos levar pra casa) que meu óculos tinha ficado em cima da mesa e que era pra avisar a mãe. Frisei bem o recado e pedi pra que ele não esquecesse. Mas conhecendo meu pai, eu sabia que ele esqueceria. Por isso mesmo falei pra ele avisar a mãe, porque ela não esqueceria.

O óculos ficou lá, junto com as coisas do meu tio e do meu primo. Fiquei tranquila porque sabia que estava seguro ali. Mas acabou que os dias se passaram e eu não avisei minha tia que meu óculos tinha ficado lá. Mesmo assim, eu estava certa de que ele estava bem guardado.

Acontece que a irmã do meu tio estava passeando e estava alojada na casa deles. Nunca vi essa mulher na minha vida e se já vi, não me lembro. Ela é de Rondônia ou Roraima, sei lá, só sei que é de longe e só vem de vez em nunca pra cá. Minha tia havia juntado todas aquelas coisas de cima da mesa da chácara e levou pra casa dela. Até aí tudo bem, eu sabia que ela faria isso. Mas ninguém sabia de quem era o óculos misterioso.

Meu tio achou que era da irmã dele. E aí ele foi cheio da boa-vontade dizer a ela que havia esquecido seu óculos em cima da mesa. De certo ela não reconheceu um objeto pessoal dela e achou que era MESMO o óculos de sol dela, né? Ou então pode ser que ela estava com conjutivite e não enxergou direito, pobrezinha.

- Ah! É mesmo! Nossa, que cabeça a minha, né? - disse ela, toda fingida. Posso até imaginar a cara dela, mesmo que eu nunca a tenha visto.

E meu tio, todo inocente, achou que tinha finalmente achado a dona daquele óculos bonitão. No outro dia, a malandra foi embora e levou junto seu novo óculos de sol marrom com detalhes em dourado. Legal, né?

Depois, numa conversa de telefone sem esse intuito, minha mãe disse pra minha tia sobre o óculos (viu só? minha mãe não esquece!). Aí minha tia ficou pasma e contou a história pra minha mãe que, por sua vez, contou pra mim e me deixou pasma também. Bom, mas pelo que sei, minha tia vai ligar pra sua amada cunhada e descascar o abacaxi. Quero só ver no que vai dar. Enquanto isso, fico eu aqui me mordendo de raiva de gentinha como essa e por ter que ficar sem meu óculos tão sonhado.

GRR!

2 comentários:

Unknown disse...

Menina, parabéns, seu blog está lindo!... bjos

Karla Medeiros disse...

Olá Mabel Regina, tudo bem? Obrigada pelo elogio! Acredite, eu não tinha visto seu comentário!! Achava que ninguém lia rsrs Pretendo cuidar mais do blog, então seja sempre bem-vinda e volte sempre! Abraços :)

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