terça-feira, 27 de abril de 2010

É só até quarta!


Se tem uma coisa que irrita pra burro é esse tal de "só até..." que as lojas de móveis e eletroeletrônicos repetem em todas as promoções que inventam. Fazem o maior auê e a impressão é de que o mundo vai acabar se a gente não entrar pra comprar alguma coisa.

Na propaganda da TV, é aquele alvoroço. Já prestou atenção em uma propaganda dessas? E não tô falando de reparar as ofertas e ainda dizer "olha, tá barato". Tô falando de reparar como a propaganda é feita. É uma correria! O narrador fala super rápido, as plaquinhas com preços aparecem e desaparecem num piscar de olhos e ao fim eles jogam a famosa frase "é só até...". E aí você fica naquele desespero: viu o preço que eles deixaram bem grande na sua tela e te pressionam com o término da promoção, sempre daqui a dois dias ou "até amanhã".
Se você estiver precisando de um item daquele, poderá já estar guardando uma graninha pra comprar. Ao ver uma promoção, já tendo o dinheiro na mão, é claro que fica tudo mais fácil. Mas aposto que tem gente por aí que não tem dinheiro, vê a promoção e no outro dia corre pra loja, pra "aproveitar".

Aí o sujeito vai até loja. E ela tá lá, cheia de papel picotado jogado no chão, em que a gente enrosca o pé e ainda sai com um monte grudado no sapato. Sem falar na música. Ah, a bendiiita música, que é usada como "chamarisco". Colocam lá uma baita caixa de som e ligam um sertanejo daqueles bem barulhentos, cheios de gente gritando pela dupla de carinha bonita. Ou então um axé, barulhento da mesma forma. E no intervalo de uma música e outra, tem aquela gravação com todas as ofertas do dia. Isso quando não tem lá um cara com um microfone falando com todo mundo que passa na calçada. E como se não bastasse tudo isso, ainda contratam um velhinho ou um moleque pra ficar distribuindo panfletos. Ah, sem contar no aluguel de carros de som pra saírem pela cidade anunciando que a promoção é só até amanhã.

Não sou contra a lei da oferta e da procura. Muito menos de todo esse pessoal aí ter seu direito de vender seus produtos. Só acho que todo esse desespero faz do consumidor um verdadeiro idiota. É como se quisessem fazer lavagem cerebral nas pessoas. Mas sabe o que é pior? Elas aceitam! E aí é óbvio que eles nunca vão deixar de agir assim e de ver o cliente como um mero ser "convencível", que só precisa de alguns minutos para ser levado pelo bom-humor do vendedor. Sou gente, não robô.

Aproveitando o assunto, vou comentar também sobre os slogans das lojas. "Vem ser feliz", "é hora de ser feliz"... Ora, então quer dizer que eu só serei feliz se for até a loja e comprar alguma coisa lá? Eu não sou feliz ao viajar, ao ver um filme, ao conversar com um amigo? Se é hora de ser feliz, quer dizer que até agora eu não fui? Sei lá, as intenções das frases podem ser boas mas, pra mim, só querem fazer com que as pessoas sintam-se decepcionadas por não comprarem móveis para suas casas.

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